Infecção Bacteriana das Barbatanas
Pesquisa e adaptação: Mário d'Araújo
Ao fim de alguns anos, volto a abordar a Infecção Bacteriana (Necrose) das Barbatanas, que sem exagero é talvez a patologia mais comum nos Peixes de aquário ... ou não ... daí ...
Apresento duas imagens de nitidez discutível deste tipo de infecção.
Apresento duas imagens de nitidez discutível deste tipo de infecção.
Trata-se de um Síndrome bem visível, do qual se desconhece ainda o agente ou agentes patogénicos. As barbatanas tornam-se ligeiramente mais claras e inchadas nos bordos. Com o decorrer da infecção, mais ou menos lento, observar-se-á a destruição progressiva dos tecidos das barbatanas, que pode levar à sua total destruição. Nos casos mais graves, mesmo os raios das barbatanas chegam a apodrecer e desaparecer, deixando apenas um bordo inchado e ensanguentado, quase o que a imagem acima à direita documenta.
Nos casos até agora estudados foram identificadas várias estirpes de bactérias. É pois mais do que certo que podem ser Haemophilus ou Aeromonas, que também são causadoras de outras manifestações patológicas da epiderme, as provocadoras desta enfermidade. Ao contrário do que acontece com as bactérias particularmente agressivas, também causadoras da destruição das barbatanas (por ex: Columnaris, da qual falarei num futuro próximo), a evolução desta infecção, a Necrose bacteriana das Barbatanas, é geralmente lenta e a sintomatologia só aparece na totalidade passados que sejam 7 a 10 dias.
A actividade das bactérias é gradual, logo a partir do início da infecção, mas descontínua, dependendo também da eficácia das defesas orgânicas dos Peixes. Depois passamos à fase mais aguda, que corresponde a mais ‘stress’ e ao exaurir do sistema imunitário. Mesmo a iluminação parece ter uma certa influência na actividade bacteriana: de facto as infecções mais graves são observadas em aquários bem iluminados. Por outro lado, os Peixes escuros (como as Moli negras e alguns Ciclídeos – os Escalares por ex:), são particularmente sensíveis a esta doença. Associadas às lesões provocadas por esta doença, podem ocorrer infecções secundárias, como Fungos, que complicam e agravam toda a sintomatologia, podendo levar o Peixe à morte.
Um velho e eficaz método de cura, se bem que também muito drástico e daí perigoso, é a remoção cirúrgica das partes afectadas. Para isso capturamos o Peixe e efectuamos um corte limpo da ou das barbatanas, cerca de 1mm abaixo da linha de inflamação, com a ajuda de um bisturi ou lâmina prèviamente desinfectados. A zona de corte deve ser desinfectada de imediato com Mercurocromo ou Mertiolato, antes de voltarmos a pôr o Peixe no aquário. É de facto um método muito ‘cruel’, que aconselho aos aquariófilos que se sintam à vontade para esta prática de quase cirurgia veterinária. As mãos deverão ser bem lavadas e desinfectadas antes e depois desta intervenção. No caso de exitação ou dúvida, deverão pedir ajuda a um veterinário que o fará em condições mais adequadas, de modo a evitar uma possível cura que terá mais prejuízos do que a doença.
Mas há muitos tratamentos, que não este, disponíveis no mercado da especialidade, que permitem obter os melhores resultados, de forma muito mais simples e sem tanta radicalidade. Também se conseguem bons resultados (e isto é um conselho de que as marcas não gostam que se mencione) pincelando as áreas infectadas com Fenoxietanol, Acriflavina (sera mycopur) ou Mercurocromo.
É porém mais do que evidente que a cura desta doença implica um tratamento global do aquário de modo a que fiquem de novo criadas as condições ideais para evitar a propagação destas bactérias. Portanto, uma mudança parcial de água, os Ozonisadores, lâmpada UV acoplada ao filtro e um bom sistema de filtragem, serão de facto a melhor ajuda na resolução deste problema. É para além disto, muito importante não sobrepovoar o aquário, evitar temperaturas elevadas ou adicionar vitaminas ao alimento. Com estas acções tão simples conseguimos debelar as situações menos graves ou em fase inicial. Há casos em que os banhos em água salobra obtida com o sera ectopur e mudanças de água mais frequentes, usando água da torneira que tem Cloro activo, podem ser uma boa ajuda. Definitivamente obtêm-se os melhores resultados com várias coisas ao mesmo tempo (de entre todas as que anteriormente referi) do que com uma simples intervenção mais drástica, frequentemente de carácter não definitivo, portanto susceptível de recidivas ou recaídas.
Como em todas as coisas, nada é definitivo e 100% garantido e muitas vezes dizemos ou fazemos uma coisa e logo fazemos ou dizemos outra quase em sentido contrário, mas que nos leva na mesma direcção. Assim, isto são apenas algumas sugestões que como tal serão (eu espero que sejam) ou não, uma boa ajuda.
E chegamos a uma conclusão que abrange quase todo o tipo de doenças, é que se as condições de manutenção não forem boas não há nenhum tratamento químico que seja completamente eficaz. Alguns particulares tentaram com Fenoxietanol, Paraclorofenoxietanol e Nifurpirinol, que mostraram resultados caso o tratamento não seja atrasado. Também posso referir o Cloreto de Benzalcónio e lembrar que no caso dos peixes de água fria a temperatura deve ser mantida acima dos 16ºC.
Infecção bacteriana das Barbatanas
Agente Patogénico: Haemophilus piscium, Aeromonas salmonicida, Aeromonas hydrophila (antes chamada A. Liquefaciens)
Colocação taxonómica: Bactérias
Áreas de infecção: Barbatanas e Cauda
Sintomas: necrose das Barbatanas e da Cauda, Manchas ensanguentadas e equimoses
Outros Sintomas: infecções fúngicas associadas
Causas prováveis: água poluída, debilidade orgânica, falhas na filtragem.
Tratamentos: Kanamicina, Acriflavina (sera mycopur) e sera ectopur, radiação Ultra Violeta, Nifurpirinol (sera baktopur direct) ou Verde de Malaquite (sera costapur).
E não se esqueçam: MUITA PACIÊNCIA!!!
A pressa deu, dá e dará sempre maus resultados.
marioadearaujo@gmail.com
Nos casos até agora estudados foram identificadas várias estirpes de bactérias. É pois mais do que certo que podem ser Haemophilus ou Aeromonas, que também são causadoras de outras manifestações patológicas da epiderme, as provocadoras desta enfermidade. Ao contrário do que acontece com as bactérias particularmente agressivas, também causadoras da destruição das barbatanas (por ex: Columnaris, da qual falarei num futuro próximo), a evolução desta infecção, a Necrose bacteriana das Barbatanas, é geralmente lenta e a sintomatologia só aparece na totalidade passados que sejam 7 a 10 dias.
A actividade das bactérias é gradual, logo a partir do início da infecção, mas descontínua, dependendo também da eficácia das defesas orgânicas dos Peixes. Depois passamos à fase mais aguda, que corresponde a mais ‘stress’ e ao exaurir do sistema imunitário. Mesmo a iluminação parece ter uma certa influência na actividade bacteriana: de facto as infecções mais graves são observadas em aquários bem iluminados. Por outro lado, os Peixes escuros (como as Moli negras e alguns Ciclídeos – os Escalares por ex:), são particularmente sensíveis a esta doença. Associadas às lesões provocadas por esta doença, podem ocorrer infecções secundárias, como Fungos, que complicam e agravam toda a sintomatologia, podendo levar o Peixe à morte.
Um velho e eficaz método de cura, se bem que também muito drástico e daí perigoso, é a remoção cirúrgica das partes afectadas. Para isso capturamos o Peixe e efectuamos um corte limpo da ou das barbatanas, cerca de 1mm abaixo da linha de inflamação, com a ajuda de um bisturi ou lâmina prèviamente desinfectados. A zona de corte deve ser desinfectada de imediato com Mercurocromo ou Mertiolato, antes de voltarmos a pôr o Peixe no aquário. É de facto um método muito ‘cruel’, que aconselho aos aquariófilos que se sintam à vontade para esta prática de quase cirurgia veterinária. As mãos deverão ser bem lavadas e desinfectadas antes e depois desta intervenção. No caso de exitação ou dúvida, deverão pedir ajuda a um veterinário que o fará em condições mais adequadas, de modo a evitar uma possível cura que terá mais prejuízos do que a doença.
Mas há muitos tratamentos, que não este, disponíveis no mercado da especialidade, que permitem obter os melhores resultados, de forma muito mais simples e sem tanta radicalidade. Também se conseguem bons resultados (e isto é um conselho de que as marcas não gostam que se mencione) pincelando as áreas infectadas com Fenoxietanol, Acriflavina (sera mycopur) ou Mercurocromo.
É porém mais do que evidente que a cura desta doença implica um tratamento global do aquário de modo a que fiquem de novo criadas as condições ideais para evitar a propagação destas bactérias. Portanto, uma mudança parcial de água, os Ozonisadores, lâmpada UV acoplada ao filtro e um bom sistema de filtragem, serão de facto a melhor ajuda na resolução deste problema. É para além disto, muito importante não sobrepovoar o aquário, evitar temperaturas elevadas ou adicionar vitaminas ao alimento. Com estas acções tão simples conseguimos debelar as situações menos graves ou em fase inicial. Há casos em que os banhos em água salobra obtida com o sera ectopur e mudanças de água mais frequentes, usando água da torneira que tem Cloro activo, podem ser uma boa ajuda. Definitivamente obtêm-se os melhores resultados com várias coisas ao mesmo tempo (de entre todas as que anteriormente referi) do que com uma simples intervenção mais drástica, frequentemente de carácter não definitivo, portanto susceptível de recidivas ou recaídas.
Como em todas as coisas, nada é definitivo e 100% garantido e muitas vezes dizemos ou fazemos uma coisa e logo fazemos ou dizemos outra quase em sentido contrário, mas que nos leva na mesma direcção. Assim, isto são apenas algumas sugestões que como tal serão (eu espero que sejam) ou não, uma boa ajuda.
E chegamos a uma conclusão que abrange quase todo o tipo de doenças, é que se as condições de manutenção não forem boas não há nenhum tratamento químico que seja completamente eficaz. Alguns particulares tentaram com Fenoxietanol, Paraclorofenoxietanol e Nifurpirinol, que mostraram resultados caso o tratamento não seja atrasado. Também posso referir o Cloreto de Benzalcónio e lembrar que no caso dos peixes de água fria a temperatura deve ser mantida acima dos 16ºC.
Infecção bacteriana das Barbatanas
Agente Patogénico: Haemophilus piscium, Aeromonas salmonicida, Aeromonas hydrophila (antes chamada A. Liquefaciens)
Colocação taxonómica: Bactérias
Áreas de infecção: Barbatanas e Cauda
Sintomas: necrose das Barbatanas e da Cauda, Manchas ensanguentadas e equimoses
Outros Sintomas: infecções fúngicas associadas
Causas prováveis: água poluída, debilidade orgânica, falhas na filtragem.
Tratamentos: Kanamicina, Acriflavina (sera mycopur) e sera ectopur, radiação Ultra Violeta, Nifurpirinol (sera baktopur direct) ou Verde de Malaquite (sera costapur).
E não se esqueçam: MUITA PACIÊNCIA!!!
A pressa deu, dá e dará sempre maus resultados.
marioadearaujo@gmail.com
Sem comentários:
Enviar um comentário